segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Há lugares insubstituíveis.

  Como já postei no blog, atualmente eu moro em outro estado. O que eu mais aprendi foi o fato que as coisas não são como planejamos, que as pessoas nem sempre te aceitarão do jeito que você é e que o mundo tem uma infinidade de caminhos que definem a sua vida. 
Acho que um dos grandes momentos pelo qual eu quis passar seria finalmente ser independente, mesmo tendo só 17 anos. Só que eu não sabia que seria tão difícil. Difícil, não impossível. Viver longe da família, longe do seu quarto, longe da comida da sua mãe, longe da sua vida antiga.. no começo, isso te consome. Às vezes, te sufoca. Talvez você chegue até a pensar que está ali pela faculdade ou que tem que terminar o que começou, mas a verdade é que você tenta se tornar forte. Você passa por muita coisa.  
  A visão que você tinha antes, se transforma. Você amadurece e percebe que é bom, afinal, é seu crescimento como indivíduo. Mas, ó, nem sempre você quer crescer. Certas horas você se pega pensando o quão bom seria o colo da mãe ou o tempo livre (sim, as responsabilidades ocupam seu tempo), ou até mesmo as brigas infantis que você tinha com seus irmãos, até porque, por mais infantis que fossem, faziam parte da sua vida. Não que não vá ter briga de novo, mas é que bate a saudade. Bate a saudade do seu quarto, porque parece que não importa se você deixa seu quarto atual do mesmo jeito, nunca vai ser o mesmo quarto da casa dos seus pais. Você descobre que tem lugares insubstituíveis. 
  Mas, como eu estava dizendo, você aguenta os perrengues, a falta de dinheiro, a saudade, aprende a cozinhar, a lavar, passar, a economizar o dinheiro, economizar espaço, aprende até colocar uma hora a mais no dia só pra conseguir fazer tudo sem atrasar nenhum trabalho da faculdade. Você erra. Você se irrita. Você quer desistir, mas continua. Seu psicológico para de funcionar, ressuscita, morre de novo e ressuscita mais uma vez. Mas você não desiste, porque você é forte. Porque você consegue. 
  Na faculdade, você conhece pessoas que estão na mesma que você e que te ajudam até a encontrar lanchonetes bem mais baratas que o normal, porque você dá valor ao dinheiro. A cultura, às vezes, diferencia (e muito!) de um estado/cidade pra outro, mas é bom, porque é um conhecimento a mais. Você aprende ideologias, visões, sensações bem diferentes dos quais você estava acostumada. Você cresce, mas vê que sua essência, sua criação, não muda. 
  Muitas vezes, você se sente fraca. Acha que não consegue, que quer voltar correndo pro colo da sua mãe, que quer abraçar seus irmãos e colocá-los em um potinho. Você chora de saudade, chora por nota baixa, chora porque alguém não te tratou bem. Ou você nem chora, mas você guarda. Guarda tanto que, quando explode, você se sente fraca, insuficiente. 
  Mas aí você percebe que cresceu, que está mais forte. No dia seguinte você se levanta, se arruma e enfrenta mais um dia. 
  Se for pra sentir saudade da família, que seja para deixá-los orgulhosos. 
  Porque você aguenta. Você é forte. 

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