quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Histórias que marcam:amor vale a pena? | Lais Martins


Antes eu estava perdida dentro do meu próprio ser, mal conseguia me encontrar, imagina encontrar uma pessoa que estivesse disposta a fazer isso por mim. Um conselho que eu sempre digo para minhas amigas: nunca procure o amor, quando você parar de procurar, ele aparece, e eu posso garantir que isso é verdade. Era fevereiro de 2014, eu conversava com um amigo sobre relacionamentos e desastres da vida quando ele me disse sobre um amigo dele que, supostamente seria uma ‘boa pessoa’ no qual eu podia bater um papo e conhecer. Confesso que quando ele me disse o nome deste, de primeira minha reação foi “não”, pois eu acreditava que ele seria muito diferente de mim, seus gostos, seus pensamentos, enfim, pensei que as divergências seriam extremas, mas algo lá no fundo de mim me dizia para deixar essa frescura de lado e conversar com o rapaz, e foi isso que eu fiz. Trocamos os números dos telefones e começamos a nos comunicar.
Parecia que eu estava completamente errada sobre ele. Não parecia, eu estava. Para mim foi como um banho gelado, mas não um banho gelado no inverno, um banho daqueles refrescantes num calor desértico, daqueles que lava a sua alma e leva toda a insegurança embora. Ele era incrível, engraçado, paciente, aquela pessoa que realmente quer saber o fim da sua frase enquanto vocês conversam, parecia que estava tudo bom demais e que um dia iria dar errado, mas que eu deveria aproveita-lo até que esse meu pressentimento acontecesse. Haveria então uma festa de um colega, eu não iria, mas quando ele me perguntou se eu iria e me disse que estaria lá, eu precisava ir naquela festa. Era uma questão de necessidade, e fui. Já faziam dias que estávamos conversando mas era a primeira vez que nos encontraríamos finalmente, claro que ninguém poderia saber, mas eu já havia idealizado mil coisas que aconteceriam naquele dia, alias um homem tão agradável eu não poderia deixar passar.
Passei horas decidindo o que vestir para causar uma boa impressão, até que chegou o momento. Quando cheguei à festa ele já estava lá, com uma camisa verde água, minha cor favorita aliás, ou uma delas, e quando eu o vi, sabe aquelas cenas de filme onde tudo paralisa e começa girar devagar? foi isso que me ocorreu, mas sinto que estou me apegando demais aos detalhes, vou acelerar. Foi naquela noite, no mês de fevereiro, que eu tive certeza que havia conhecido o homem da minha vida. Não, amigos, não é exagero. Não posso contar, mas posso garantir que não é. Passaram-se anos, mais especificamente, dois anos e oito meses, que para mim já são décadas. Já enfrentamos muitas dificuldades em nosso relacionamento, afinal qual relacionamento não é assim? Amar é assim. Hoje estamos totalmente interligados, seja em corpo ou em alma, todos já sabem que seremos muito mais que namorados, aliás, já somos. Amar alguém é totalmente diferente de tudo que eu já imaginei, amar alguém pode ser insuportavelmente viciante, amar o homem que eu amo é inimaginável. Ele sabe que eu o amo quando eu não sossego até ele me mandar uma mensagem dizendo que chegou bem em casa depois de me levar embora, quando eu fico louca com ele discutindo que nome daremos ao nosso cachorro, quando ele fica doente e fico o dia todo cuidando dele como se fosse uma criançona com barba, ou quando eu implico pelo modo que ele se cuida, ou melhor, não se cuida. 
Amar esse homem é uma coisa indescritível, ele me irrita até pela grama que ele quer por no nosso jardim, e eu não gosto de grama, mas quer saber, não tem preço amar alguém dessa forma, e muito menos ser amada assim. Por isso, que seja, pode colocar grama, contanto que você corte-a, pode por a janela de blindex, também pode escolher o nome do cachorro, só espero que não seja tão clichê assim, pode colocar roupa de time nos nossos filhos, mas não exagera, pode até ser TeamCap e preferir o Superman - apesar de ser um erro terrível, eu perdoo ele. Pois se vale a pena abrir mão de certas coisas por sentimentos sinceros e verdadeiros assim, eu abro.

Antes de terminar, eu gostaria de ressaltar, que amor é um só, e quando você, leitor, encontrar o seu, você saberá, amor não é só flores, amor não é um filme, amor tem briga, tem lágrimas. Amar requer esforço, força de vontade. Amor é amizade, parceria, ser amigo, ouvinte, psicólogo, médico, professor. Amar é ser dedicado, não temer os abalos que a vida dá e, sim, aprender com eles. Não adianta terminar a cada briguinha, até porque quando se ama e se está há muito tempo junto, essas briguinhas nem existem mais, não existe mais ódio, não existe magoa nem receio, existe diálogo, conversa, compreensão e abraços. Existe cabeça no ombro, sorriso aliviado. Existe amor. E eu posso dizer uma coisa: eu me encontrei, e não estava  perdida dentro de mim, estava personificada no pulsar do coração de outra pessoa, e enquanto esse coração pulsar, eu existirei. 

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